Estudo coordenado por físicos da Universidade de São Paulo (USP) calculou que veículos movidos a diesel, como caminhões e ônibus, são responsáveis por cerca da metade da concentração de compostos tóxicos na atmosfera. Um índice pouco animador, mas que pode começar a ser revertido com investimento em pesquisa e tecnologia. É o que tenta fazer o Scania Logistic Lab, laboratório da montadora sueca Scania, que conseguiu reduzir em 39% a emissão de CO2 por tonelada transportada.
Criado em 2017 para ajudar a Scania a melhorar seu fluxo logístico e alcançar dois ambiciosos objetivos: ser líder no transporte sustentável e reduzir 50% de suas emissões de CO2 até 2025, o laboratório trabalha com captação e análise de dados para o desenvolvimento de diferentes serviços. Sensores espalhados pelos veículos captam diferentes padrões de uso, que são armazenados e analisados para a criação de soluções que vão tornar as viagens mais eficientes e, consequentemente, reduzir as emissões de gases poluentes na atmosfera.
Entre as ferramentas já criadas, destaca-se o design taylor made, que prevê adaptações no projeto do caminhão, para que ele use menos combustível em sua rota, e o monitoramento dos motoristas, que avalia o desempenho e indica como eles podem otimizar sua forma de dirigir em tempo real. Há também, visando a diminuição do consumo de diesel, o acompanhamento personalizado das peças do veículo, para que a manutenção de cada uma delas seja calculada de acordo com sua vida útil e o perfil de utilização.
“Diferentemente das revisões de um carro, que são feitas levando em consideração apenas a idade ou quilometragem do veículo, os caminhões acompanhados pelo Lab podem ter a manutenção de uma peça programada para que, de forma rápida e eficiente, como uma parada no box na Fórmula 1, seja trocado apenas o que é necessário" , diz Marcelo Gallao, vice-Presidente de Logística da Scania Latin America.
3.6.2019 | GIOVANNA MARADEI